domingo, 27 de novembro de 2011

Saudade

Saudade não é o que a gente sente quando a pessoa vai embora. 

Seria muito simples acenar um ‘tchau’ e contentar-se com as memórias, com o passado. 

Saudade não é ausência. É a presença, é tentar viver no presente. 

É a cama ainda desarrumada, o par de copos ao lado da garrafa de vinho, é a escova de dentes ao lado da sua. 

Saudades são todas as coisas que estão lá para nos dizer que não, a pessoa não foi embora. 

Muito pelo contrário: ela ficou, e de lá não sai. 

A ausência ocupa espaço, ocupa tempo, ocupa a cabeça, até demais. 

E faz com que a gente invente coisas, nos leva para tão próximo da total loucura quanto é permitido, para alguém em cujo prontuário se lê “sadio”. 

Ela faz a gente realmente acreditar que enlouquecemos. 

Ela nos deixa de cama, mesmo quando estamos fazendo todas as coisas do mundo. 

Todas e ao mesmo tempo 

É o transtorno intermitente e perene de implorar por ‘um pouco mais’.

Saudade não é olhar pro lado e dizer “se foi”. 

É olhar pro lado e perguntar “cadê”?

Por Beeshop

Um comentário: