quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Not halves

Meios amigos não me conquistam, 
meias verdades não me iludem, 
meias vontades não me interessam, 
meias palavras não me convencem,
meias histórias não me impressionam, 
meios amores não me enlouquecem... 

Não me dou pela metade, 
e nem gosto de pessoas assim. 

Gosto que falem 
que pensem 
que chorem 
quando tiver que chorar. 

Gosto que amem, 
que se enganem,
perdoem e 
que se permitam errar.

A vida é curta demais 
pra que você não se entregar. 
Doe-se por inteiro, 
ou você pode não ter uma segunda chance.

Por Amanda Vieira

Sim

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Definitivo



Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,

por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, 
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, 

impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, 

que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? 

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, 

nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,

perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...


Por Carlos Drummond de Andrade (o cara!)