terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Verbos Sujeitos


Olhos pra te rever
Boca pra te provar
Noites pra te perder

Mapas pra te encontrar

Fotos pra te reter
Luas pra te esperar
Voz pra te convencer
Ruas pra te avistar

Calma pra te entender
Verbos pra te acionar
Luz pra te esclarecer
Sonhos pra te acordar

Taras pra te morder
Cartas pra te selar
Sexo pra estremecer
Contos pra te encantar

Silêncio pra te comover...
Música pra te alcançar...
Refrão pra enternecer...
E agora só falta você

Meus verbos sujeitos ao seu modo de me acionar
Meus verbos em aberto pra você me conjugar

Quero...vou...fui...não vi...voltei...
Mas sei que um dia de novo eu irei..

((Zelia Duncan))

Certas Coisas Não Se Pode Deixar Pra Depois


Muitos poemas perdi
pensando: "depois escrevo",
"agora estou almoçando"
ou "consertando a porta".
Assim, adiei-perdi
o melhor de mim.

Certas coisas
não se podem deixar para depois,
e nisto incluo: frutos no galho,
mudanças sociais,
certas coxas e bocas
e esta manhã que se esvai.

Certas coisas
não se podem deixar para depois.

O amor não se adia
como se adiam o imposto, a viagem, a utopia.
O desejo sabe o que quer,
detesta burocracia.

Feito depois, o amor
é murcha lembrança
do que, não sendo, seria.

Certas coisas
não se podem deixar para depois.

Como o amor e as pessoas,
não se pode recuperar
- a poesia.

((Affonso Romano de Sant'anna))

Nas Asas do Vento


Deixo voar meus pensamentos,
Nas asas do vento
Boa companhia se faz
Em busca da paz...


A emoção que sinto é inexplicável
Por estar distante deste povão
Que por uma simples discussão
Geram um grande problemão
Matam, roubam, dançam
Mas não se cansam...


Deixo voar meus pensamentos
Com as asas do vento
Em busca de bons momentos,
Bons pensamentos
Bons corações
Boas emoções
Grandes cessações...

((Roberto J. Gugick))