domingo, 16 de setembro de 2012

A Sua


Esta noite ,ao me deitar do seu lado
Vieste a mim como uma loba faminta
Devorou-me com urgência o teu desejo
Me descobrindo como fera selvagem
Aquela que sai a caça da presa 

Eu ...sem medidas ou pudores ,
Dei tudo de mim pra você
Deixei que se fartasse em meu banquete
Sabendo-me ser 
Aquela que habita seus mais 
perturbadores pensamentos

Aquela cuja fonte não se esvai
A que te prende, te guia, e se doa a você
Aquela... que não, uma simples mulher
A que conhece os recônditos 
de suas mais loucas vontades
A que delira e se delicia em você

Esta noite me fiz sua mais uma vez
Não como em todas as noites
Porque eu sou, Aquela 
Aquela que faz de todas as suas noites únicas

Uma a uma....cada vez mais intensa e voraz
Eu sou Aquela.. A SUA

((Elis Bueno))


sábado, 28 de julho de 2012

Palavras




Quero amar-te mais
E sempre mais,
Dar-te o corpo e a alma,
Mas não dou as Palavras…

As Palavras são minhas,
Só escrevo o que quero
Só digo o que posso dizer
Todo o resto,
É fantasia tua e dos outros.

Só eu sei dos meus silêncios,
Das minhas dores,
Dos meus sofismas,
Só eu sei!


Mas quero amar-te
Acima de todas as dúvidas,
Acima de todas as intolerâncias,
Acima dos legados dados por mim
E alguns recusados!...

 

Apenas tu existes no meu sentir!
Acredita,
Aproxima-te,
Vem até mim e saboreia o encanto


Do Poeta que tudo dá
Que tudo canta,
Em horas mortas
E acorda em horas vivas,
Num outro Lugar.


Mas acredita, neste amor
Maior do que o tempo
Que nos resta…
E vem, sempre e sempre
Uma vez mais
  

E saboreia a ternura subtil e quente,
Deste vulcão que canta
E se expande de seguida
E usa as Palavras do meu encanto!

Mas não sou tua
Nem de ninguém,
Apenas a contradição de mim mesma!

E existo nas palavras que digo
E que escrevo
Todo o resto é silêncio
E vozes caladas!


Mas amo-te!
Tão diferente o dizer…
Daquilo que se faz


Com outro intento
E é tormento,
De amor e desejo
Ao mesmo tempo…



((Maria Luísa Adães))

domingo, 13 de maio de 2012

Me Desperta De Noite


Me desperta de noite
O teu desejo
Na vaga dos teus dedos
Com que vergas
O sono em que me deito

É rede a tua lingua
Em sua teia
É vicio as palavras
Com que falas

A trégua
A entrega
O disfarce

E lembras os meus ombros
Docemente
Na dobra do lençol que desfazes

Me desperta de noite
Com o teu corpo
Tiras-me do sono
Onde resvalo

E eu pouco a pouco
Vou repelindo a noite
E tu dentro de mim
Vais descobrindo vales

((Maria Tereza Horta))