segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Definitivo



Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,

por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, 
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, 

impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, 

que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? 

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, 

nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,

perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...


Por Carlos Drummond de Andrade (o cara!)

domingo, 6 de novembro de 2011

Mais que Tempo

Igualzinho ao que acontece com todas as pessoas,
 num trecho ou outro da estrada, 
eu já senti tanta dor que parecia 
que os golpes haviam me quebrado toda por dentro.
 
Não sabia se era possível juntar os pedaços, por onde começar, 
nem se o cansaço me permitiria movimentos na direção de qualquer tentativa. 

Quando o susto é grande e dói assim, 
a gente precisa de algum tempo para recuperar o fôlego outra vez. 
Para voltar a caminhar sem contrair tanto os ombros e a vida. 
Um espaço para a gente quase se reinventar.

O tempo passa. O fôlego retorna.
Parece milagre, mas as sementes de cura começam a florescer 
nos mesmos jardins onde parecia que nenhuma outra flor brotaria. 
A alma é sábia: enquanto achamos que só existe dor, 
ela trabalha, em silêncio, para tecer o momento novo. E ele chega. 

Por Ana Jácomo

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

This Love

Eu estava tão chapada que não reconheci
O fogo queimando nos olhos dela
O caos que controlava minha mente
Ela sussurrou "adeus" e entrou num avião
Pra nunca mais voltar

Mas para sempre em meu coração
Esse amor me abalou
Ela disse adeus muitas vezes antes
E o coração dela está quebrando na minha frente
Eu não tenho escolha porque não direi mais adeus

Eu dei o meu melhor para saciar o apetite dela
Fazendo-a gozar toda noite
Tão difícil mante-la satisfeita

Continuava a fazer amor como se isso fosse só um jogo
Fingindo sentir o mesmo
Daí dava meia-volta e ia embora de novo... pra sempre

Esse amor me abalou
Ela disse adeus muitas vezes antes
E o coração dela está quebrando na minha frente
Eu não tenho escolha porque não direi mais adeus

Eu vou consertar essas coisas quebradas
Reparar suas asas quebradas
E certificar que tudo está bem (tudo está bem)

Vou fazer pressão nos seu quadris
Afundar meus dedos
Em cada centímetro de você
Porque eu sei que é isso que você quer que eu faça

Esse amor me abalou
Ela disse adeus muitas vezes antes
E o coração dela está se partindo na minha frente
Não tenho escolha ...

Porque não direi mais adeus. . .


Por Maroon 5